domingo, 18 de julho de 2010

Coronel Fernando Príncipe: "O Ciep é irrelevante"...

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O amigo Otávio solicitou que o comentário abaixo fosse destacado:



O coronel Fernando Príncipe, responsável pela operação que vitimou o menino Wesley de Andrade, atingido por um tiro dentro da sala de aula, defendeu a manutenção das ações policiais e disse que "O Ciep Rubens Gomes é irrelevante. Se não houver Ciep, haverá uma casa, uma fábrica. Mas o pior é não realizar operações".

O governador Sergio Cabral, no entanto, enviou mensagem dizendo que a ação da polícia foi errada.

Pergunto: como explicar que após décadas de um ambiente hostil no Rio de Janeiro, com milhares de conflitos entre polícia e traficantes, ainda vemos discursos tão desconexos??? Se um coronel está dizendo que as ações devem continuar dessa forma e o governador diz que a ação está errada, temos aí um choque de estratégia que explica, ao menos em parte, porque a sociedade continua sendo a grande vítima dessa baderna generalizada. E isso não é um problema só do Rio, mas de todo o país.

Será que depois de tanto tempo não seria o momento da polícia e dos governos estarem agindo conforme uma estratégia estabelecida e estudada de comum acordo????

Fica evidente que não existe um trabalho conjunto. Ano após ano, parece uma grande improvisação. Isso ficou provado pela disparidade entre o que o foi falado pelo coronel e pelo governador do Rio.

Será que não há um estudo, um levantamento do "modus operandi" da polícia de tal forma que lições sejam aprendidas e decisões sejam tomadas conjuntamente, ou seja, polícia e poder público agindo juntos?? Da mesma forma, será que não dá pra aproveitar e fazer um estudo sobre a tragédia social que faz com que o Brasil seja o berço de tantos traficantes?? É que o tempo vai passando, a gente vai ficando velho e esses problemas continuam como se fossem algo recente. Tantas universidades formando tanta gente, será que não dá pra juntar essa tropa e elaborar uma estratégia comum com governo, polícia, órgão de saúde, questão orçamentária, etc ??????

Sei que é fácil fazer todas essas perguntas, mas quando vejo que governo e polícia pensam de forma tão diferente, fica claro que as engrenagens desse sistema não estão funcionando.

A tristeza é muito grande. Que os pais do Wesley tenham forças para seguir em frente. E se existe um lugar especial depois dessa vida, esse menino está lá, brincando, aprendendo, sendo feliz.

Otávio


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4 comentários:

  1. concordo plenamente com o coronel não é de hoje que o governador quer aparecer humilhando a pMERJ.VISTO QUE´aquela área é completamente dominada por traficantes,e o governedor prefere tapar o sol com a peneira.Fico triste que o senhor coronel e o último de uma linhagem que ia a frente de sua tropa e mata a responsabilidade no peito sem fazer politicagem com ninguem

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  2. fique sabendo caro coronel muitas pessoas sonham em entrar para pmerj para poder trabalhar com o senhor,que é idolo de sua tropa e com certeza de muitos adolescentes de bem,que sonham com um rio de janeiro bem melhor de se viver

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  3. Concordo com Príncipe. Profissional digno, competente e de caráter.
    Ele ter perdido o posto não tem nada a ver com a morte do menino. Infelizmente essa morte só vai para estatística, mas a falta do "arrego" é que tem feito a diferença para determinadas pessoas!
    É isso aí Cel. Príncipe, estou contigo!!

    E Bittencourt.

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  4. Fala verdade..., irrelevante no brasil É educação.Irrelevante no brasil É pobre, É preto, É mulher. É irrelevante a favela, a periferia, a dor dos sem voz, dos sem teto, dos sem comida, dos sem justiça, dos sem trabalho. É irrelevante também ao brasil o futuro destes que são irrelevantes. Só se esquece o brasil, que os irrelevantes de hoje uma hora acharão que o brasil tb é irrelevante.

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